domingo, 26 de outubro de 2008

O último acontecimento digno de ser descrito aqui no blog foi a viagem que eu e a Lu fizemos para Dublin, no final de semana passado. Na quarta fui pra Maastricht e já na quinta pegamos um vôo da RyanAir partindo de Eindhoven para a famosa capital da Irlanda. Viagenzinha curta, de cerca de 2 horinhas, como se fosse POA - RIO. Barbadinha.

Mas como qualquer viagem, sempre existem dificuldades no caminho. Nosso obstáculo foi a imigração, que não facilitou muito a nossa entrada. O fiscal da imigração, uma simpatia em pessoa, primeiro perguntou o que iríamos fazer no país. Depois pediu comprovantes de reserva de hotel e passagem de volta. Mostramos a passagem de volta pra Holanda, e ele respondeu: "Não, onde está a passagem de volta para o Brasil?". Explicamos então que estávamos morando na Holanda e Alemanha, e só depois de ele ver o visto de residência da Lu e o meu visto que ele nos liberou. Mas carimbou no passaporte que nossa permissão era pra ficar só até a segunda-feira, aos invés dos 3 meses que usualmente qualquer turista em qualquer país tem direito. Mas depois de visitar Dublin eu pude compreender o porquê do fiscal estar tão apreensivo com a gente. Dublin tá cheiaaaaaaaaaaaaa de brasileiro ilegal lá. A mão-de-obra barata da Irlanda é quase toda brasileira. Se ouve muita gente falando português nas ruas, em todo lugar. Por isto o fiscalzinho apertou o cerco com a gente, é só eles verem o passaporte verdinho chegando que já ficam todos apreensivos. Eta, brasileirada!!!!

Outro lance engraçado foi o Bed & Breakfast em que ficamos. Pegamos um ônibus do aeroporto até próximo ao lugar, e depois caminhamos um pouquinho. Ao avistarmos de longe, nos apavoramos, pois parecia ser uma espelunca. Cheio de fio elétrico emaranhado, pintura desbotada, uma vitrine tapada... parecia abandonado. Lógico que tinha que ser eu pra arranjar um lugar deste, sempre deixando as coisas pra última hora. Tinha sido o único lugar vago e à um preço acessível, pois Dublin é muito cara. Mas ao dobrarmos a esquina, minha feliz surpresa!! A frente era arrumadinha (ok, não tanto, mas em comparação com a lateral era 1000x melhor. O velinho da recepção era muito simpático e o quarto era bom. Ufa, que peso da consciência acabei tirando.

Dublin não é famosa pela sua beleza ou clima, mas mesmo assim é uma cidade muito interessante. Pra começar, ela é toda bagunçada, bem diferente das cidades alemãs e holandesas. O sistema de transporte público não é tão desenvolvido, todo feito praticamente com ônibus. Existem 2 linhas de TRAM (trem de rua, tipo um bonde), mas pelo que deu pra perceber elas são novas e só atendem duas regiões da cidade. E o trânsito de Dublin é uma loucura, com engarrafamentos, barbeiragens e tudo que possa ter. Lembra muito o Brasil neste aspecto, e deu para perceber bem que a causa de um trânsito tenso como o do Brasil é o sistema de transporte público precário. Pois na Alemanha o trânsito é uma maravilha porque todo mundo usa o metrô pra tudo. Enquanto em Dublin...

Outro aspecto que nos chamou a atenção é a culinária irlandesa. No Bed & Breakfast em que ficamos tinha o "Irish Breakfast", composto por nada menos que um ovo frito, duas fatias de bacon, também frito, uma coisa que lembrava muito um croquete, duas salsichas e um pedacinho de tomate. Não é por menos que todos os irlandeses são gordinhos, com um café da manhã saudável destes. Depois do 3º dia tomando este café fiquei até com medo de infartar no meio dos passeios, de tanto colesterol que eu havia ingerido.

O povo irlandês é um povo muito descontraído, que faz piadas o tempo todo e não tem vergonha de se soltar mais depois que bebe algumas. Pegamos um City Tour pela cidade, e nele um guia ia contando um pouco da história dos lugares pelos quais passavamos. E, lógico, sempre cheio de piadinhas durante a explicação. E não era somente este motorista que era engraçadinho, pois o ônibus era "Hop on - Hop off", ou seja, podia-se desembarcar e embarcar do ônibus quantas vezes quisesse, pois os ônibus passam de 10 em 10 minutos. E todos os motoristas faziam piadinhas.

Também é muito legal ver a animação dos pubs. Todo mundo bebendo, cantando e até dançando um pouco. E a música irlandesa é muito animada, muito contagiante, e todos no pubs cantam junto com a banda, geralmente composta por um violão, um tamborzinho, um cavaquinho chamado Bouzouki (sei lá se o nome é este mesmo, procurei na wikipedia), ou então um banjo, e um violino. Aliás, o estilo musical celta lembra muito o bluegrass americano, estilo este que originou o Country, e até faz muito sentido os dois serem parecidos pois se não me engano houve no passado um grande número de imigrantes irlandeses nos EUA. Coloquei um video pra quem não lembra como é a Folk Music from Ireland. E como vocês podem ver no video, os pubs são realmente atrolhados de gente, todo mundo amontoado.



Lá em Dublin aconteceu um fato curioso. Estavamos numa lojinha de souvenir quando eu olho pro lado e encontro minha ex-colega de colégio Marina, junto com seu irmão Marcelo e sua família. Eita, mundinho pequeno. Ela me contou que tá morando lá faz um ano, tá trabalhando num escritório de contabilidade, desistiu de ser engenheira e não volta mais pro Brasil. Mais um brasileiro que não volta mais, assim como o Neto.

Todo mundo sempre me pergunta, afinal quando é que eu vou me formar. Não precisam mais se preocupar, já ganhei o meu diploma.

Agora sou degustador oficial de uísque Jameson, diploma que ganhei na visita a antiga destilaria da marca. Eles viram que eu tinha talento pra coisa e me agraciaram com o diploma... Melhor que ser engenheiro mecatrônico!!!!

Também visitamos a fábrica da cerveja Guinness. Muito legal!!!

E segue umas fotinhos, pois cansei de escrever.

Temple Bar - o pub mais famoso e turístico de Dublin

Um obelisco e a Lu.... o nome dele eu não sei e também não consegui achar na internet. Então digamos que é só um obelisco mesmo.


Outro que não achei o nome... simplesmente, o rio.

The Old Jameson Distillery - esse eu sei o nome.

The Trinity College

Estátua de Oscar Wilde no Merrion Square Park

Perdido...

Saint Patrick´s Cathedral

Christ Church Cathedral

O centrão!!!

Pra encerrar vou deixar meus cumprimentos para a Márcia, filha da Keta, e o seu respectivo ex-noivo e atual marido Tano, pelo casamento ocorrido no último sábado. Espero que a festa tenha sido boa e lamento muito não poder estar ai, pois além de perder o casamento devo ter perdido também uma grande festa e uma boa boquinha-livre também. Muitas felicidades pros dois.

Em breve farei um videozinho da viagem.

Pra finalizar, mais um video da série "Rafael no Sombrero", gravado pelo meu amigo Roger, autor também do último video da série. Valeu Roger.



quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eitaa!!

Sim, eu sei que faz muito tempo que eu não posto... quase um mês pra ser sincero.

Neste período, muita coisa aconteceu por aqui. A nova moradora já se mudou, o Robert já está de namorada nova, o Luis já voltou do Brasil, ...

E comigo muita coisa aconteceu também. Agora eu jogo em uma Fussballverein, uma comunidade de futebol que se encontra toda segunda-feira à noite para jogar futebol, ou seja entre nós mesmos, ou contra outras comunidades. E é muito legal, pois nós jogamos em um clube, num campo de grama sintética, com iluminação e juíz, uniforme (camiseta, calção e meia), técnico e o melhor de tudo, kostenlose (de graça). Até fiz um video de um jogo nosso, que postarei em breve.



Eu e o Steffan, da minha escola. Foi ele quem arranjou esta comunidade pra jogar.





Roger e eu. Como vocês podem ver, eu havia mudado de time. Antes eu era do branco, mas faltou gente e passou pro time azul, que é a camiseta da comunidade.

Outra coisa que eu fiz neste período foi visitar a Lu. Na verdade não foi bem uma visita, e sim uma estadia, pois fiquei 10 dias lá. Desde que nós viemos pra Europa não havíamos ficado tanto tempo juntos, pois sempre só podíamos nos ver nos finais-de-semana. Fiz um video desta viagem, e vocês podem conferí-lo no final deste post.

Mas não é só a Lu que recebe visita. Segunda passada minha mãe, meu irmão e minha cunhada vieram conhecer a hiper-turísitca Frankfurt, que em um dia é suficiente para conhecer toda a cidade. Antes eles tinham visitado a Itália, e então eles vieram pra cá pra deixar minha mãe comigo e para depois seguir viagem pra Berlin, somente meu irmão e minha cunhada.
Neste dia mostrei pra eles o rio, Alt-Sachsenhausen, o centro financeiro, Alter Oper, e outros pontos turísticos de Frankfurt. Almoçamos no Zum Gemalten Haus, que é um restaurante que serve comida típica da região. Eles puderam comer o famoso Handkäse mit Musik, que, como eu já falei num post anterior, é um queijo que depois de comê-lo vem a minha (ou seja, um peido). Eles também puderam experimentar o Apfelwein (vinho de maçã) de Frankfurt, muito conhecido e apreciado na Alemanha inteira. E à noite fomos ao Sombrero, que é pub onde rola aquela jam session de blues em que eu sempre posto. E por pouco que eu não consigo tocar, pois haviam muitos músicos naquele dia, e a banda havia esquecido de me chamar. Mas ainda bem que meu amigo Luis, cara-de-pau como só ele, estava junto. A jam session já havia terminado, e então ele foi lá conversar com a banda pra pedir que eles voltassem só pra eu tocar uma música, pois minha mãe tinha vindo do Brasil e não poderia perder esta. E a banda inteira voltou, e pude então satisfazer a velha. Assim que eu tiver o video eu publico pra vocês. E muito obrigado, Luis, por esta atitude.
E ainda levei uma mijada da banda, pois eles falaram que eu deveria sempre ser mais "escalado" pra tocar. Falaram que eu toco muito bem e que sempre gostam que eu toque com eles, por isto eles voltaram. Legal.

Fui com a minha mãe depois pra Maastricht, e no caminho demos uma passadinha por Köln e Aachen. Neste dia quase matei minha mãe, pois saímos atrasados de casa e tivemos que correr pra não perder o trem. Coitadinha, quase morreu correndo. Desculpe-me, mãe. Geralmente as passagens de trem não são específicas para um trem, ou seja, pode-se utilizá-las em qualquer trem. Mas como eu havia comprado passagem na promoção, então tinha que ser naquele trem, senão teríamos que comprar outras passagens.

Minha mãe em Köln, na frente da Dom (catedral).

Ficamos uns dois dias em Maastricht e depois fomos pra Rotterdam, onde minha mãe queria conhecer o porto de Rotterdam, o maior da Europa. Como minha mãe trabalha muito com portos, ela tinha muita vontade de conhece-lo. E por último, fomos para a piradíssima Amsterdam.

De lá, minha mãe seguiu viagem de volta para o Brasil.

E como prometido, o videozinho da viagem à Maastricht que havia feito antes da minha família chegar. E Neto, espero que tu não fiques brabo, mas encaixava direitinho no video...