terça-feira, 27 de maio de 2008

Viagem à Amsterdam

No último post, eu havia escrito que estava indo pra Amsterdam com a Lu. Entao, aproveitando a deixa, vou continuar a história deste ponto. Eu e a Lu fomos pra Amsterdam no sábado pela manha de trem, e chegamos lá perto do meio-dia. Da estacao de trem, fomos direto pra casa do Sunil, amigo indiano da Lu. No caminho, já deu pra perceber como seria a viagem... tudo era muito bonito, muito antigo mas muito bem cuidado. Chegando lá, me deparei com o indiano mais carioca que eu já vi (até porque nao vi muitos na minha vida). Esperava ver um cara de turbante, fumando Shisha ou coisa do tipo. Que nada, era um carioca nato, de chinelinho Havaianas com a bandeirinha do Brasil, falando carioques e o mais engracao, fazia ate piada com humor brasileiro. Por exemplo, tinha comentado com a Lu que com esse nome, Sunil, a gente até podia fazer uma musiquinha "Chegou a turma do Sunil, todo mundo bebe mas ninguém fica ...", e depois até fazer um bloquinho de carnaval: Amigos do Sunil. Só que nem comentei com ele a piada, pois achei que ele nem ia entender... Mas entao resolvi só cantar a musiquinha pra ele, e ele me respondeu na hora: " A gente podia fazer um bloco de carnaval, amigos do Sunil!" Heheheh, é o indiano mais carioca que eu conheco.

Depois de instalados na casa do Funil, ops, quero dizer, Sunil, fomos encontrar um casal de amigos da Lu, ambos do Rio. Encontramos eles na frente do museu do Van Gogh e comecamos a passear pela cidade. Amsterdam é muito linda, muito diferente de tudo que eu já tinha visto aqui. Quase todos os prédios sao marrons-escuro, todos com tres ou quatro andares e grudados uns ao outros. Mas grudados mesmo, nao existe espaco entre eles. E em todo o centro da cidade existem canais artificiais, feitos para dar acesso de barco as casas, o que deixou a cidade muito charmosa, pois tem canal por tudo. E muitos turistas pela cidade, mas muito mesmo. Quase nao se ve holandes pela rua, só turistas. E lógico, cheio de turistas brasileiros, gritando pelos Trams, nos museus, nos pontos-turisticos, por tudo. "Fulano, vem sair na foto!", "Rosicleide, tira uma foto de mim!". Nessas horas que a gente ve como brasileiro fala alto. E me desculpem as Rosicleides do Brasil por ter usado o nome de voces como exemplo, mas é que o nome é feio mesmo.

Depois de encontrar o casal, fomos passear pela cidade. Primeiro tentamos ir na casa da Anne Frank, uma judia que viveu anos sem sair de casa na época da guerra, e que ficou famosa após a publicacao do seu diário, contando os detalhes da época, de como eles faziam pa nao ser descobertos, essas coisas. Nao conseguimos entrar na casa dela, que agora é um museu, porque a fila é gigantesca. Uma pena, porque dizem que é legal, porém muito triste. Depois tentamos ir no Heineken Experience, uma espécie de atracao da cerveja (que é holandesa), mas estava em reforma, entao nao deu pra ver. Nao tem problema, nao gosto de Heineken mesmo. Heineken do Brasil, porque aqui tem um gosto bem diferente, nao é tao amarga, bem melhor que a nossa. Depois fomos ao museu do Rembrandt, que também estava fechado. Mas nao por reforma, e sim pelo horário mesmo. Fechava as 17hs, e infelizmente nao sabiamos e chegamos as 17:15. Merda. Ou seja, nada de museu no sábado. Mas nao dá nada, porque só de passear pela cidade já me satisfez.

No domingo, eu e a Lu fomos no museu do Van Gogh. Muito legal, pois ele possui mais de 200 obras do pintor, todas dispostas por ordem cronológica, desde o início dele até a sua morte. E com descricao por tudo, entao dava pra acompanhar a evolucao dele como pintor, das influencias que ele teve dos lugares onde morou, até o seu sofrimento em relacao a doenca e o reflexo dela na pintura dele. Além disto, tem quadros de pintores amigos dele, de outros influenciados por ele e tudo mais. Muito legal mesmo. E à tarde, demos só mais uma passeadinha pela cidade, pois depois tinhamos que voltar pra Maastricht.

E neste último final-de-semana eu, o Luis e o Robert, alemao que divide o apartamento comigo, fomos pescar. Mas nao como no Brasil, que tu tem que se meter no meio do mato pra pescar. Pescamos no meio da cidade mesmo, no meio da muvuca. Uma coisa engracada daqui é que pra pescar tem que comprar uma licensa, só que pra comprar ela antes tem que comprar outra licensa. Bem coisa alema mesmo. Mas o mais engracado é que pescamos embaixo de uma ponte, pois no meio da pescaria comecou a chover. Imaginem se no Brasil a gente poderia pescar no meio da cidade embaixo de uma ponte. Programa de mendigo, né? Mas aqui como nao tem mendigo, a gente pega o lugar deles. E pra acompanhar a pescaria, churrasco e cerveja. Resultado: um peixe meia-boca e dois brasileiros e um alemao bebados. Mas foi muito divertido.

Queria poder acompanhar daqui o Campeonato Brasileiro... achei que aqui os pubs transmitiam, ou coisa do tipo. Engano meu. O pessoal aqui nem conhece os times brasileiros, e nunca viu uma partida do nosso campeonato. Nem vendem aqui por pay-per-view. É, vou ter que continuar acompanhando pelo www.goldogremio.blogspot.com. E Betinho, me mantém informado das novas músicas da Geral do Gremio, viu?

Abracos

Rafa

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Cada um no seu quadrado

Volteiiiiii!!!!

Desculpem-me pelo grande intervalo entre os posts, mas eh que nao tem nenhum internet-cafe perto da minha nova casa, e apesar de agora ter internet em casa, nao tenho computador, logo fico dependendo do computador dos meus Mitbewohnerin. Mas agora estou postando aqui de Maastricht, Holanda, mais precisamente do Merit, onde a Lu estuda.

E cada vez mais novos leitores estao me acompanhando no blog... que legal. Um abraco pro Chico Young, comentando direto de Nikity, e um beijo pra minha prima Gudy e pra todos os Rangel Forneck.

Final-de-semana passada fui num festival hyppie-alternativo chamado Open Ohr Festival, na cidade de Mainz, Alemanha (http://www.openohr.de/). O festival tinha uma mostra de filmes criticos, debates sobre temas mundiais, e umas bandas que tocavam em dois palcos, um principal, bem maior e onde tocavam bandas de maiores portes (mas quase todas independentes e alternativas), e no menor tocavam bandas de estilos mais distintos, como por exemplo uma banda de Jazz que eu vi e achei muito legal. Mas a banda que eu achei mais legal foi Die Kleingeldprinzessin & die Stadtpirates, que tocaram no palco secundario. Alem de eles fazerem um som muito legal, ainda no meio do show a cantora, que se chama Dota Kher, falou umas coisas em alemao que eu nao entendi, mas no meio da frase so deu pra entender Chico Cesar e Portugisich. Dae quando eu vejo, ela comeca a cantar Primeira Vista. Muito legal. Pra quem nao sabe que musica eh, segue um video no YouTube dela cantando esta musica. So que nao eh no festival, alias nao achei nenhum video do festival. E de lambuja vai ela cantando Sampa, e tambem nao eh no festival.





Por falar em Brasil, esta nao foi a unica vez que vi uma referencia do Brasil no festival. Alem da Dota Kher cantando em portugues, ainda encontrei num sebo dentro do festival varios livros traduzidos pro alemao de escritores brasileiros como Jorge Amado e aqueles outros que os professores dao pros alunos ler no colegio e que, claro, nunca li. Eh, as aulas de literatura do Dohms eram uma m#$@$ mesmo. Tambem na amostra de filmes vi um documentario chamado "We Feed The World", que critica a situacao alimentar mundial. E no meio do filme o Brasil aparece duas vezes, uma mostrando a plantacao de soja tomando lugar da mata nativa e outra uma familia no meio do sertao pegando agua suja de um acude pra dar prs crianca. Foda. E a ultima referencia foi que conheci um alemao que morou no Brasil. Estava ele vestindo uma camiseta com o simbolo do guarana Antartica, so que no lugar do guarana estava escrito Garopaba. E logico, usando Havaianas com a bandeirinha do Brasil. Mas o mais legal foi saber que o lugar que ele morou foi em Porto Alegre, e que adorou a cidade. Ate chimarrao ele tinha no festival... e o chimarrao dele era muito bem feito. Logico que tive que dar um apelido pro alemao... gaucho.

No festival fomos eu, Robert e Marielle. E como o festival comecava na quinta e terminava na segunda, fomos no sabado de manha e acampamos por la. O acampamento era gigante, com muitas barracas, mas muitas mesmo. Fiz um video pra mostrar o tamanho do acampamento, mas esqueci a maquina fotografica na casa da Lu, entao fica pra proxima. O mais engracado foi que antes de irmos pro festival, o Robert me perguntou se eu queria ir, mesmo tendo que dormir no deck. Pensei que o deck fosse aquela area dentro da barraca mas fora do quarto, por causa do nome deck. So que na hora de dormir descobri que deck em alemao eh cobertor. Resultado: la fui eu dormir ao relento so em cima de um cobertorzinho e com um saco de dormir. Mas nao da nada, tava muito divertido o festival, e ainda por cima o Robert e Marielle me acompanharam na indiada fora da barraca. E tambem engracado foi acordar no meio da noite, abrir os olhos e ver que tinha uma pessoa sentada na minha frente. Entao olhei na volta e vi que tinha um grupo de pessoas sentadas na minha volta batendo um papo. Bom, pelo menos o assunto girou em torno de mim... Ok, piadinha sem graca.

E nessa semana teve uma festinha popular em Frankfurt, cujo o nome eu nao me lembro. No sul da cidade tem uma florestinha, com varios caminhozinhos pras pessoas caminharem. Entao nessa festinha eles colocaram varios brinquedos de parque de diversoes, roda-gigante, auto-choque, kamikase, ..., e ainda varias tendas vendendo comida, bebida e porcarias. Fui na festa com o Luis, a Vanessa e, logico, meu amigao Gorbachov. Sim, Gorbachov eh a vodka que sempre nos acompanha. E misturada com Schwepes fica melhor ainda. A festa eh muito legal, e eh uma tradicao de Frankfurt. Valeu a pena conferir. Ah, e eu ja ia me esquecendo. La tinha uma banquinha que se dizia brasileira, com bandeira e tudo. So que fomos perguntar se tinha algum brasileiro na barraca... logico que nao. E a caipirinha era feita toda errada. So usaram o nome do Brasil pra ganhar dinheiro. Eh o Brasil-colonia.

E agora estou em Maastricht com a Lu, que por sinal esta muito linda, toda magrinha. Coitadinha, esta toda atarefada aqui, cheia de trabalho pra fazer. E mais tarde vamos pra casa porque amanha vamos pra Amsterdam.

Pai, meu endereco aqui eh Eschersheimer Landstrasse, 281, Frankfurt am Main, Hessen, Deutschland. Postalcode 60320. Postboxname Schlemer. E Filipe, ve se nao tem como fazer um server ou VNC do meu computador dae de POA, pra que eu possa acessa-lo daqui e baixar uns arquivos que estao neles. Nada serio, somente algumas musicas e videos para os gringos.

E ja ia me esqueceno: Adeusssssssss, Inter!!!!!!!!!

E pra finalizar, cada um no seu quadrado (que nao tem nada comigo aqui, mas achei muito engracado e so fui ver agora).

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Errata

A foto via-satélite do parque saiu errada. Eu nao moro na praca.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Mudado

Como dito anteriormente, essa semana fiz a mudanca. Agora nao moro mais no apartamento da escola e nao tenho mais que dividir com ninguem. Porém a mudanca nao acabou sendo na quinta, e sim na sexta. Na quinta, 1° de maio, também foi feriado aqui, e pelo mesmo motivo, dia do trabalho. Entao o Roberto, meu neu mitbewohner, me mandou um sms que já me rendeu uma ida ao dicionário pra traduzir o que ele queria dizer na mensagem. "Lust auf Fußball?" Lógico, e porque nao? Solzao, clima de verao aqui (alias, tem feito dias muito bonitos aqui em Frankfurt, e a temperatura tá subindo. Nem preciso mais usar casaco, só de noite.). Chamei o Okan pra ir junto jogar futebol e fomos todos ao Grüneburgpark, um belo parque aqui de Frankfurt, bem arborizado e com grandes gramadoes. Tentei achar alguma coisa do parque no YouTube pra mostrar pra voces como o parque é bonito, porém só achei uns videos bem ruins. Entao vai pra voces um video feito no parque, de uns caras numa emocionante partida de Frisbee. Quem tiver tempo pra ver, legal. Senao nao vai fazer muita diferenca, a partida é da divisao amadora de Frisbee, muito ruim mesmo.



O jogo foi bom, porém nao joguei nada. Tava com meu All-Star boleiro aqui, e a grama estava molhada. Entao escorregava mais que jogava. O jogo foi bom, finalmente uns deutsch que jogavam bem. O Robert joga muito bem tb, e o jogo foi mais pegado. So continuam sem nocao de marcacao e posicionamento em quadra. Aquela bagunca de sempre, onde a bola vai, a alemoada toda vai atras.

Depois do jogo fui com o pessoal no meu novo Wohnung, pois o Robert tinha nos convidados pra comermos uma massa. Entao a mudanca ficou pra sexta.

E agora escrevo da minha nova residencia. Divido o apartamento com tres pessoas, um casal, Robert e Marielle, 23 e 21 anos, e Caro, 21 também. Marielle é alema de Frankurt mesmo, o Robert é polones, mas mora aqui desde os 3 anos, eu acho. Mas a familia dele é toda alema, so foram pra Polonia pra fugir da guerra, depois voltaram. Entao ele é 90% alemao. E a Caro também é alema, mas com decedencia húngara. Todos muitos simpaticos, gente boa pra caralho. Deu muita sorte.

O único problema do apartamento é que ele é um pouquinho afastado. Enquanto o outro fica a 0,6 km de distancia da escola, este agora tem cerca de 6,4, eu acho. É só ver no mapa abaixo.


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E uma foto via-satélite do jardim.


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Final de semana fiquei em casa, conhecendo melhor o pessoal, lavando roupa, já que agora tenho máquina-de-lavar em casa, e como eu estava com quase todas minhas roupas sujas, levei um tempao pra lavar tudo. Segunda tinhamos uma barbecue de salsicha aqui com o vizinho do andar de cima, mas como ele nao apareceu, resolvemos fazer nós mesmos o churrasco. E desta vez foi tudo muito mais fácil. Como agora estou com os nativos, ficou mais facil comprar as coisas. O Robert já sabia o que era bom de comprar, o que nao era. Entao foi uma barbada. Pena que desta vez nao deu pra fazer churrasco de gaúcho, pois uns vizinhos nossos resolveram pilotar a churrasqueira. Resultado: churrasco sem-sal. O Robert já havia comido coracao de galinha, e alguns dos outros também, entao nao foi aquela novidade pra eles. Mas a farofa eles gostaram, disseram que tinha gosto de pao moído. E fiz uma caipira de morango pro pessoal, mas nao teve muito Ibope. O sucesso aqui é caipirinha de limao mesmo, mas bem fraquinha. Tem que usar um limao inteiro pra cada copo, entao dá quase uma limonada.

Meu novo endereco é Eschersheimer Landstraße, 281, Nome da Caixa Postal Schlemer.

Um abraco pra todo mundo ae, e um beijo pra Tia Lu!! E parabéns pra Tia Bia!!!

Rafa

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Churrasquinho no Main

Quem tá vivo sempre aparece, né seu Fred Laydner (ou devo chamar de Fred Boyne?). Como foi na prova de projetos?

E Betinho, um abraco pra ti e todo mundo da Souza Cruz.

E mais abraco pra todo mundo que tá comentando (Filipe, mae, Papi (mto boa essa assinatura...), Keta e cia, Robson e cia., Neto, Alemao (quando tu vem pra cá, Alemao? Isso aqui é mto bala!!!!!), e pros demais que comentaram nos outros posts.

Quarta-feira foi o último dia do Martin aqui em Frankfurt, porque ele é de Köln e tava só fazendo um estágio na escola. E como ele me ajudou na busca e conquista do novo apartamento, tinha que fazer uma festinha de despedida pra ele. Entao eu e o Luis, depois de comermos uma churrasquinho de lula no domingo, pensamos: vamos fazer um churrasquinho brasileiro pros gringos!!! Ia ser uma boa maneira de nos despedirmos do Martin, e ainda poderiamos mostrar pra eles o que é um verdadeiro churrasco.

Compramos uma churrasqueirinha de montar por 5 euros, mais carvao, sal grosso e espetinho de madeira pra fazer filé-miau. Mas na hora de comprar a carne foi foda. Compramos uma linguica com cara de salsichao, mas que na hora de espetar se desmanchava toda. Carne de gado aqui é artigo de luxo, 16,90 euros o kilo de uma carne argentina pra churrasco. Que facada!!! Tinha umas carnes bem mais baratas, mas a moca do supermercado falou que elas nao serviam pra churrasco, entao compramos um pedaco miudo só pra dar um saborzinho. Carne de porco nao me arrisquei porque nao achei um pedaco com cara de lombinho ou coisa do tipo. Achamos coracado de galinha no supemercado, e, diferente do Brasil, foi a carne mais barata que compramos, porque aqui quase ninguém come. E compramos mais umas cebolas pra fazer uns espetinhos de xixo mesmo, já que a carne de gado era miúda, entao fizemos uns espetinhos com carnes mistas e cebolas pra entupir o pessoal. Ainda fomos na lojinha brasileira pra comprar farofa, porque caso o churrasco desse errado, mergulhariamos o espetinho na farofa e os gringos nem veriam o que estao comendo, estratégia esta muito utilizada nos churrasquinhos de beira de estádio de futebol. Só nao dá pra convidar turco pra churrasco, porque como eles nao comem carne de porco porque sao muculmanos, tivemos que fazer uns espetinhos so de carne de gado, ou seja, comeram só o filé.

Mas o maior problema do churrasco seria o local. Onde poderíamos fazer o tal assado? Pensamos no nosso prédio, mas o bairro aqui é tao silencioso que certamente teriamos problemas com os vizinhos. Entao o Martin deu a idéia de fazermos embaixo de uma das pontes do Rio Main, coisa que no Brasil seria de mendigo mas como eles aqui nao tem isto seria tranquilo. Porém um detalhe mórdico, é proibido fazer churrasco lá. Ou seja, poderiamos ter problemas. Fomos todos cheios de sacolas pra beira do Rio, e armamos a farofada nos bancos do gramado, pois dae teriamos onde sentar. E também porque nao sou mendigo pra fazer churrasco embaixo de ponte. E lá fui eu assar o churrasco (e quem me conhece sabe que nunca assei porra nenhuma). O carvao foi uma supresa, pois todas as pedrinhas tinham formato de sabonete, nao que nem o do Brasil que é... é... é carvao mesmo porra, nao esta porcaria de sabonete. Como eles gostam de uma bichice aqui, impressionante. Fiquei pensando como será que eles fazem este carvao, será que deve ter uma fábrica de criancas chinesas orfas só pra esculpir o carvao? Bom, mas depois que o carvao pegou fogo, e olha que foi fácil acender ele, ele mostrou porque ele é tao balaqueiro. É só acender e esquecer dele. Ele nao apaga e dura a noite toda. Ou seja, nao gastei nem um quilo dos tres que havia comprado. Carvao profissional. É, essas criancas chinesas sabem fazer carvao.

O coracao de galinha rendeu muito assunto, porque os gringos nunca haviam comido coracao. Os coracoes fizemos em espetos separados, porque sabiamos que eles iriam estranhar. Mas era muito engracado ver eles surpresos com os espetinhos. Primeiro eles nao acreditavam, achavam que estavamos de piada (talvez porque estamos sempre fazendo piadas aqui). Depois que mostravamos pra eles o formato, eles acreditavam e faziam uma cara de nojo. E na hora de comer, analisavam o espetinho, davam uma cheiradinha, depois davam mais uma analisada, mais uma cheiradinha, até criar coragem e comer. Mas depois que comiam, diziam: tem gosto de carne! E gostaram de comer. Em relacao aos espetinhos de xixo, os gringos acharam muito salgado. Pra mim e pros demais brasileiros tava bom, mas como eles nunca comeram o nosso churrasco posso imaginar o motivo da impressao. No churrasco tinham dois irmaos franceses que estao morando no apartamento da escola agora, uma guria de 19 anos e um guri de 17. Imaginem dois adolescentes franceses todos mimadinhos e acostumados com a culinária francesa comendo filé-miau e coracao de galinha. Resultado: a guria pegou um espetinho, comeu dois pedacinhos, nao gostou, e, discretamente, achando que eu nao estava olhando, devolveu pra churrasqueira. Azar o deles, porque sobrou mais pra nós. Eles que vao comer churrasco de lula.

Mas os demais gostaram, principalmente o Martin e o Okan, namorado turco da Mica. O Tuncay nao morreu de amores e os franceses fizeram fiasco. Kein problem. E quanto a polícia, passaram de viatura duas vezes por nós e nao fizeram nada, nem diminuiram a velocidade pra ver se estavamos aprontando algo. Ou seja, mais churrascos virao por ae. Entao dicas nos comments de como fazer churrasco serao bem-vindas, porque senao o amador aqui vai ter que aprender na marra mesmo. E por favor, enfoquem as dicas em outras variedades de carnes, porque carne de gado aqui é artigo de luxo.

Continuem comentando.