sábado, 21 de agosto de 2010

O Suspeito

Mais um episódio da Operação "Ressuscitamento do Apartamento": depois de limpar a cozinha e a área de serviço (a máquina de lavar roupas tá até funcionando agora!), neste sábado foi a vez de atacarmos uma das melhores peças do apartamento, o terraço. Não é muito grande, mas tem um ar muito agradável, com uma árvore de um lado (lotada de corvos!), e do outro lado é a vista para rua. Mas é uma ótima área pra reunir o pessoal, relaxar e até pendurar um varal.


Só que o terraço, ao invés de ter o propósito descrito acima, tinha sido transformado em entulho de tralhas. Gavetas velhas, cortinas, almofadas, ventilador, tudo no relento (ok, aqui não tem relento). Algumas coisas ficavam na área descoberta, tomando chuva, então imaginem o estado.


Agora vem a peça principal das tralhas, que até rendeu um episódio engraçado: a cama. Sim, haviam duas camas na área descoberta, tomando chuva por mais de anos. Uma estava sem colchão, então só ficou um pouco enferrujada, mas a outra... O colchão virou um mini-biosistema. Até umas pequenas plantas e cogumelos já tavam começando a brotar do colchão. Sem contar no viveiro de lagartas e centopéias, que brotavam dos buracos que um dia foram a espuma do colchão. Um nojo.


Peguei um pedaço de cano velho e comecei a tentar tirar o colchão. Ao invés de ele sair inteiro, ele começou a se desintegrar, e a cada tentativa de levantar o colchão ele se despedaçava todo. Ou seja, não dava para arrastá-lo. Eis que o André, o brasileiro que mora comigo no apartamento, teve a brilhante idéia de usar uma das malas abandonadas pelo pessoal que foi embora pra colocarmos o colchão dentro. Então encostamos a mala do lado da cama e começamos a arrancar os pedaços do colchão e jogar dentro da mala.





Depois de concluído, fechamos a mala e levamos pro container onde joga o lixo. Este container nada mais é que um tele-entulho que nem nós temos no Brasil, onde todo mundo joga todo o lixo, orgânico, seco, metal, tudo misturado. Só que este FDP do container fica fora da nossa rua, há uns 100 metros de casa. E a mala ficou pesada pra caralho e ainda tava com as rodinhas quebradas. Então arrastamos a mala rua afora até o container. E depois ainda apanhamos pra jogar pra dentro do container.

Este é o tal do container!



E aqui é dentro do container, mas no dia tava sem o cachorro (Desculpem, mas não deu pra virar a foto).


Agora vem a parte engraçada: depois de concluído o serviço, demos as costas pro container e começamos a voltar pra casa. Eis que nos pára a Polícia e nos questiona: "O que tem naquela mala?". Não acreditando ser um colchão velho, nos mandam tirar a mala de dentro do container e abrir. Continuamos a dizer que era só um colchão velho, mas no fim não adiantou nada. Tive que pular de chinelo pra dentro do lixão (que nooooooooooojo) e abrir a mala. O policial ainda insistia em tirarmos a mala, mas conseguimos convencer ele a olhar de fora. Então abro a mala e começo a arrancar os pedaços do colchão com a mão, com lagartas, centopéias e tudo (outro noooooojo). Convencido, o policial foi embora e eu direto pro banho.


Duas coisas: ou ele achou que era um cadáver, ou uma bomba. Maldito colchão.