sexta-feira, 27 de junho de 2008

LUxemburgo + Os reis do festival

Primeiramente, desculpas pela grande defasagem entre posts. Eu sei que muito de vocês chegaram até a se questionar se eu continuava vivo, ou se então eu estava junto com os pelados do parque tomando banho de sol... Nenhum, nem outro. Mas tô vivo, sim.

Fiquei muito feliz em ver que tem mais gente da Souza Cruz acompanhando o blog. Um abraço pra Néia, pro Paulo Maciel e pro Daniel C. Vagheri, que, se não estou enganado, é o Daniel Costa. Se estiver, por favor me corrija, pois não me lembro deste sobrenome, Daniel. E mandem um abraço pro resto da fábrica...

Bom, como o meu último post foi a muito tempo atrás, então ficou muito assunto acumulado pra contar. Vou tentar dar uma resumida então.

Há dois finais-de-semana atrás, a Lu veio me visitar aqui em Frankfurt. Na última vez que ela tinha vindo pra cá, eu ainda estava morando no apartamento da escola, então ela não tinha convivido ainda com a alemoada que mora comigo e nem visto como é o meu novo dia-a-dia no lugar onde moro. No sábado, o Okan e a Mica alugaram um carro (uma Mercedes com GPS) pra visitarem Luxemburgo, e nos convidaram pra ir com eles e rachar a gasosa e o aluguel. E junto com a gente ainda foi o Cenk, outro turco muito gente boa da escola. Uma coisa muito legal aqui dá Alemanha é que como ela faz fronteira com uma renca de países, é muito fácil e rápido viajar para outros lugares. E somando a qualidade das estradas com a ausência de limite de velocidade das Autobahn mais a qualidade do carro que a gente alugou, em cerca de três horinhas já estávamos em plena Luxemburgo. Mas não pensem que corremos muito, não. Na verdade, aqui a faixa de velocidade em que se anda é de 140 a 120 km/h, mas não é perigoso não, porque nem parece que estávamos tão rápido. Os motoristas são mais responsáveis e não tem aquelas Chevettadas, Brasílias e Fuscaredos nas estradas. E para a Mercedes em que estávamos, essa velocidade é melzinho na chupeta. Que bom que seria se a Freeway fosse assim.

Luxemburgo é lindo, com muitos prédios antigos que parecem com pequenos palácios, ruas de pedras que lembram os tempos medievais, ruínas de construções antigas e coisas do tipo. É um país minúsculo, então não é muito agitado. Tudo muito turístico, muito conservado e tudo mais. E como a cidade é pequena, ainda deu pra tentar ver um castelo pelas redondezas, e depois visitar Trier, a cidade mais antiga da Alemanha (pelo menos, foi o que me falaram). O castelo era bem sem graça, mais ruína do que castelo, e ainda por cima quando chegamos lá já estava fechado, então só deu pra ver de fora. E Trier é bem bonitinha, mas meio sem vida, pois quando chegamos lá o comércio já estava fechado e não tinha muita gente nas ruas (até porque estava chovendo). Confiram as fotos no meu Flickr ao lado.

Abaixo, o roteiro da viagem.


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Mudando de tópico, no outro final-de-semana o Robert inventou que tinhamos que ir, sem falta, à um festival de rock em Neuhausen ob Eck, no estado de Baden-Württemberg, extremo sul da Alemanha. http://www.southside.de/ Neste festival tocariam bandas grandes, como Foo Fighters, Radiohead, como também bandas alemãs pequenas, das quais eu nunca tinha ouvido falar. Só um pequeno detalhe, o preço do ingresso era 150 euros. E como nem ele, nem eu, nem a Marielle queríamos desembolsar tamanha quantia, fomos sem ingresso mesmo e lá tentaríamos comprar de quem tivesse ingressos sobrando mais. O Robert pegou o micro-ônibus emprestado da marcenaria onde ele trabalha (aliás, muito obrigado chefe do Robert), colocamos um colchão de casal dentro, mais um freezerzinho refrigerado do Robert (tipo um isopor com sistema de refrigeração de ligar no acendedor do carro), mais nossa inseparável churrasqueirinha, mais algumas cervejas, comidas e se tocamos pra lá.

Chegando lá, para nossa surpresa, já havia uma multidão de pessoas com cartazes escritos "Suchen Karten" (procurando ingressos), ou seja, muitas pessoas tiveram a mesma idéia que a gente, e como a demanda era maior que a oferta, os preços dos ingressos não caíram tanto quanto imaginávamos. O que pra mim foi ótimo, pois ao invés de irmos pro Festival, decidimos viajar pela região sul da Alemanha, oportunidade que lá sei eu se vou ter na vida de novo. Paramos o micro-ônibus em uma plantação, de onde conseguiamos enxergar o festival pelo lado de fora, e ali mesmo decidimos passar a noite. E dae que vem a origem do título do segundo tópico de hoje. O Robert inventou de fazermos o churrasco em cima do micro-ônibus, então colocamos a churrasqueirinha, cadeira, isopor, saco-de-dormir, tudo pra cima da van e assamos a carne lá mesmo. Só que onde estávamos era bem a entrada do estacionamento do festival, então todo mundo que passava de carro pela gente abanava, buzinava, parava pra tirar foto, gritavam coisas em alemão que eu não fazia a mínima idéia do que se tratava. Acho que devo ter abanado pra mais de 100 pessoas, saído em mais de 30 fotos, e por ae vai. E, lógico, eu trajando o manto sagrado (que nem a minha prima Gudy comentou, obrigado pai por eu ser gremista). Abaixo, uma foto minha enquanto eu abanava pra uma foto de um carro que passava. Realmente nós eramos os reis do festival.


E enquanto eu abanava, um fato curioso aconteceu. O Robert olhou pra maneira como eu estava abanando, com o braço levantado fazendo movimentos lentos, e me reprimiu: "Rafael, não faz assim!! Aqui na Alemanha você não pode abanar assim! Tem que ser com o braço na altura do ombro e com movimentos rápidos, pois as pessoas podem achar que você está fazendo o cumprimento nazista!!" E me disse então que até políticos são instruídos aqui de como abanar de maneira a não lembrar Hitler. Foda, o passado persegue eles até hoje.

No dia seguinte fomos em direção ao lago Titisee, e no caminho vi uma das paisagens mais bonitas que vi na vida. A estrada passa por partes da Floresta Negra, e o cenário parece aqueles do comercial de chocolate suiço: montanhas, imensos gramados verdes nos pés dos morros e no topo grandes pinheiros de cor verde-escuro, casinhas coloniais, pequenas plantações e por ai vai. Esta região é muito bonita, vale a pena visitar.

O lago Titisee lembra muito o lago negro de gramado, só que em dimensões 20 vezes maiores. E nele dá pra tomar banho (só que a água é gelada), navegar, andar de jet-ski, pescar,... E na volta, muita montanha e pinheiro. Tomamos um banho neste lago e depois ficamos lagarteando no sol (para os não-gaúchos que lêem este blog, lagartear é ficar de bobeira no sol, esquentando o corpo). Muito legal.

Depois fomos pra Freiburg, onde vimos o jogo da Rússia x Holanda e dormimos.

No domingo, Strasbourg, uma cidade que já pertenceu a Alemanha mas que agora pertence a França (sim, eu fui pra França). Então muitos prédios tem a arquitetura germânica, mas a língua local é francês. Muito linda esta cidade, prédios muito antigos, ruelas, igrejas históricas, um rio que passa por dentro dos prédios da cidade. Linda, linda, linda.

E depois de Strasbourg, Richtung Franfurt. Até porque já estávamos mortos e há dois dias sem tomar banho.

Abaixo o mapa do roteiro da viagem.


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E pra finalizar uma foto da minha janela, pois, como vocês devem saber, a Alemanha está na final da Eurocopa, junto com a Espanha. Ou seja, duelo de blogs, Forneckation am Main X Barceloneto, blog do meu amigo Neto que está morando em Barcelono. E ai, Neto? Topa uma apostinha? Melhor não, porque o time da Espanha é melhor que o da Alemanha.



Cansei de escrever.

Confiram as fotos.

Abraços.