segunda-feira, 28 de abril de 2008

Brasil siu siu!!!

Eae, pessoal.

Fiquei um tempinho sem noticias, até porque as noticias estavam miuda, mas agora tenho assunto suficiente para uma nova postagem. Mas antes de tudo, quero mandar um abraco pros meus avós, vó Lia, vó Vera e vó Celso, que, mesmo sem entender muito essa minha linguagem de internet, estao também me acompanhando pelo blog. E mais um abraco pra Ane e sucesso na sua cirurgia.

Terminada a sessao abracos, segue minha pacata vida na conturbada Alemanha (ou seria minha conturbada vida na pacata Alemanha, já que aqui só se incomoda quem quer). Bom, neste final-de-semana a Lu veio me visitar pela primeira vez. Dispachei o turco pra casa do primo dele (brincadeirinha, ele vai de vez em quando lá explorar o primo, ou seja, lavar a roupa, comer bastante e ganhar uns rangos de brinde) e chamei a Lu pra conhecer esta linda cidade que é Frankfurt. Por sorte o apartamento em que eu moro estava em baixa temporada, entao nao tinha quase ninguém morando lá, somente eu, Tuncay e o Martin (alemao que trabalha na escola). E como o Tuncay nao estava, ficamos somente nos eu, Lu e Martin.

Fugindo um pouco do assunto principal e aproveitando a brecha do apartamento (já volto a falar da Lu), essa semana andei procurando um quarto pra alugar, prática muito comum aqui na Europa (aprendi isto com o Neto). Os estudantes alugam um apartamento grande e depois terceirizam os quartos pra outras pessoas, diminuindo assim os custos de aluguel. E com a grana que eu gasto com o meu aluguel dava pra alugar um apartamento só pra mim, sem ter que rachar moradia com uma renca de gente e ainda dividir o quarto com um turco (baita exploracao da escola).

O Luis me ajudou a procurar alguns anuncios (valeu Luis), só que na hora de eu ligar pro primeiro foi um desastre. Fiquei nervoso, tentar puxar um alemao, me enbananei, depois cai pro English, só que no fim das contas saiu um Denglisch (Deutsch - Englisch) horroroso. Resultado: o carinha me disse que o quarto estava alugado. Entao eu e o Luis pensamos: precisamos achar um alemao pra intermediar a negociaciao... E ai que surge o Martin, alemao do apartamento. Ele seria a pessoa perfeita para o caso. Fiquei meio sem jeito de pedir pra ele, entao tentei ir pelas beiradas, e no fim nem precisei pedir, ele mesmo se ofereceu porque tinha passado pelo mesmo perrengue quando foi morar em Madrid. Pedi pra ele ligar pro mesmo apartamento que eu havia ligado antes e que tinham me dito que estava ocupado. E o Martin, como bom estudante de Business, passou a lábia no pessoal e conseguiu uma entrevista pra sexta-feira (isto que era terca quando ligamos). Mas nao pensem que o cara da ligacao é má-pessoa, na verdade é receio que eu fosse turco, já que quando eu telefonei nao tive tempo de dizer que eu era brasileiro. O Martin ainda arranjou mais duas entrevistas pra mim, uma no domingo e outra na segunda (que por sinal era agora e eu tinha me esquecido... kein Problem).

Como a Lu chegou na sexta, fomos eu, a Lu e o Martin na entrevista. O Martin foi meu coach, porque no caminho ele foi me dando umas dicas como: se te oferecerem algo pra beber, aceita porque aqui é sinal que tu é uma pessoa aberta a conversa (e quem me conhece sabe que certamente eu iria recusar pra nao dar trabalho). Chegando lá, haviam uma renca de gente no apartamento. Além dos tres moradores (um casal e uma guria), ainda tinha mais quatro pessoas no lugar. Minha estratégia foi ser bem brasileiro, já que este era o meu único diferencial. Cheguei cumprimentando todo mundo, apertando a mao, tapinhas nas costas, etc... Se tivesse crianca pequena no local até pegava no colo e dava um beijo, como um político faria. O morador, chamado Robert, comecou a mostrar o ape pra mim e pro Martin, enquanto a Lu ficou distraindo a namorada dele, Marielle. A terceira moradora ficou fazendo sala pros outros amigos, entao nao deu pra conhecer muito bem ela no dia. O ape era fantástico, piso de madeira, salinha de estar com sofazinho de couro, meio decoradinho, cozinha limpinha, banheiro bem iluminado e um jardim fantástico. E o casal era muito simpático. E como a minha estratégia era ser brasileiro, já convidei o Robert pra bater uma bolinha e ele adorou. Ponto pra mim. E o Martin, como é um cara muito gente boa, ganhou o carisma do pessoal e me ajudou a ter créditos com eles, já que era uma alemao me recomendando. O único problema é que eu era o 18° candidato, entao a concorrencia ia ser grande.

Depois da entrevista eu a Lu fomos ao supermercado, jantamos e depois levei ela pra conhecer meus amigos aqui de Frankfurt (Mica, Okan, ...). No sábado, fui passear com a Lu por Frankfurt, mostrar a cidade, fazer umas comprinhas, essas coisas. Caminhamos por cerca de 8 horas pra lá e pra cá, tomamos café no Starbucks, tomamos sorvete australiano (muito bom), comi finalmente um bratwurst, compramos um HD externo pra Lu fazer back-up, ou seja, gastamos toda nossa energia. E lá pelas 21:30 eu recebo uma msg do Robert no meu celular me convidando pra um churrasco no jardim deles no domingo às 18:00, e ainda pra trazer gente comigo. Nao entendi na hora a moral do churrasco, mas como o supermercado fechava as 22:00, eu e a Lu corremos pra lá pra comprar cerveja, cachaca e limao. Sim, mantive a estratégia de mostrar que sou brasileiro e quis embebedar os gringos. Só nao deu pra levar minha mulata no churrasco porque o trem dela era às 17:40. Mas se eu tivesse levado ia faltar só a escola de samba.... Brincadeirinha, Lu.

No domingo eu e a Lu fomos pra beira do Main, deitamos na grama, dei uma cochiladinha no sol e comemos um Doner Kebab, fast-food turco (bem mais-ou-menos, sou mais o xis do Cavanhas). Depois tive uma outra entrevista, e o apartamento era em Bockenheim, o bairro mais turco da cidade (coisa boa nao vinha). Cheguei no ape e quem me atendeu foi o morador que iria continuar na casa, já que o outro é que estava de saída. Um cara na faixa dos trinta, acabadaco, de cabelo comprido, unhas precisando de uma podada e roupas meio rock´n´roll (imaginem a cena). O cara já chegou falando que o apartamento estava uma bagunca, que o outro morador era meio relaxado, que ele nao morava mais lá porque tinha nojo do lugar, que fazia mais de um mes que ele nao botava os pés lá,... Bom, só por estas sinceras palavras dele já deu pra ter uma idéia de como era o lugar. Entao nem vou perder meu tempo descrevendo o ape porque nao vale a pena. Depois disto levei a Lu na estacao de trem, me despedi da mulata e depois voltei pra casa pra pegar as coisas e me encontrar com o Luís, e fui pro tal churrasco. O Martin nao pode ir, senao eu ia ganhar mais uns pontinhos.

Nao pensem que o churrasco daqui é que nem o nosso. Tá certo que eles usam carvao aqui, mas alguém já viu assarem uma lula em churrasco? Eu nunca tinha visto, mas os gringos conseguiram essa proeza. Tava cheio de gente lá, e eu e o Luís de peru de fora no lugar. Mas como o Luis é muito desenvolto, e ainda por cima advogado, quando vi ele já tava todo enturmado com o pessoal e eu fui no vácuo dele. A Cora (terceira moradora com quem eu nao tinha conversado na entrevista) tava com uns colegas franceses dela. E como eles também tava de peru de fora, ficamos logo amigos deles. Entao só dava nós, a Cora e os franceses conversando. E gracas a Deus que o Brasil perdeu duas vezes pra Franca na Copa do Mundo, porque rendeu muitos assuntos pra nós. Até que no meio da conversa a Cora recebe no celular uma ligacao de um amigo dela perguntando se o quarto estava vago, e ela responde que nao estava mais pois eles já tinham um novo morador. Na hora eu boiei... afinal, esse novo morador era eu ou nao era? Ninguem me dizia nada... Até que ela disse que faltava só a opiniao dela, pois pelos outros dois eu já era o escolhido, mas como no dia ela nao tinha conversado comigo, nao poderia dar um parecer sobre mim. Ainda bem que ela foi a primeira com quem eu e o Luis nos enturmamos, foi determinante pra opiniao dela. E depois de meter várias caipirinhas nos gringos, o gingado brasileiro superou os adversários e saiu vencedor. Goooooolllllllllllllllllllllll, do Brasil siu siu!!

Depois ainda vimos um filme alemao dos anos 90, e por incrivel que pareca era uma comédia. Logico que nao entendi nada que eles falavam no filme, mas como era comédia-pastelao deu pra dar um monte de risadas. Seguem um pedacinho do filme na sequencia. E pro pessoal da Souza Cruz, vai me dizer que o ator principal nao parece o He-Man.



Me mudo na quinta.

Abracos e continuem comentando.